Estou já há dias às voltas com o Peter Clough. Suas narrativas têm-me feito refletir sobre muitas coisas que eu desejava ver acontecer, outras que eu sonhava participar e outras tantas que eu sequer podia imaginar que existissem.
Certa vez escrevi uma ficção sobre minha vida. A ficção contava sobre a minha verdade em forma de conto. A escritura daquele conto foi produto de um trabalho interior profundo, inspirado no convite irrestível feito pela Alicia para contar a história de minhas aprendizagens. Naquela época eu nem sabia que Clough existia e eu não considerava que estava escrevendo algo que tinha seus pares em terras distantes. Meu modo intuitivo de encontrar na ficção a forma mais genuina de retratar verdades difíceis de serem verbalizadas, hoje, dá as mãos a um estudo científico e sente-se vigorosamente confiante.
Falta-me pouco para concluir as narrativas do Peter, mas certamente falta-me muito para encerrar o diálogo com ele e suas idéias. As mesmas mãos generosas que me presentearam com este novo interlocutor, preparam-se para me apresentar mais alguém. Estou aguardando ansiosa, sem saber quem entrará pela porta da frente, um dia qualquer desta semana, trazido pelas mãos mágicas do mensageiro postal.
Com o Clough reencontrei a mim mesma, recriando minha fala e revisitei minha querida Alicia e abracei a tarefa árdua e doce de voltar a repensar a minha fala, desta vez em outra língua.
Enquanto vou terminando esse meu primeiro encontro com o Peter, espero a chegada do carteiro, que não faz idéia do tesouro real que traz em sua mochila do Royal Mail.
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