sábado, 13 de outubro de 2007

Esquina invisível

Combate à prostituição infantil deve ser feito por toda a sociedade



05/10/2007 00:30


Quem passar pelo cruzamento da Rua Barão do Rio Branco com a Av. Leste-Oeste, nas proximidades do Passeio Público, vai encontrar uma cena deplorável. Alguém poderá dizer que, se a cena for de meninas prostituídas, não há nenhuma novidade, pois é uma coisa comum pelas ruas da cidade de Fortaleza. O drama a que me refiro, em pleno centro da cidade, é um tanto diferente da prostituição no calçadão da praia, igualmente preocupante, mas com meninas arrumadas, de mini-saias, maquiadas e cheias de sensualidade precoce. No cruzamento de que falo, postam-se pequenas meninas magrelas, pálidas, mal-vestidas, descabeladas, quase invisíveis. Oferecem seu corpo na esquina para os desvalidos semelhantes a elas, em troca de drogas. Quando encontram alguém, carregam para o terreno baldio em frente à Santa Casa de Misericórdia. A triste realidade foi mostrada há poucos dias, por um canal de televisão local. Depois disso, fui lá e nada mudou. Infelizmente, a consciência social parece um tanto adormecida para este fato. O povo de uma cidade não pode ser cúmplice da prostituição infanto-juvenil, um dos problemas mais graves do nosso país. Essas meninas sofrem com a miséria econômica, o abandono, a violência dentro de suas famílias e na rua, mas principalmente são vítimas da indiferença dos órgãos públicos. A cada dia elas são lançadas às ruas como cães vadios. Ficam ao acaso, reféns do abuso e da exploração sexual dos adultos. Ao invés de atenção especializada, sofrem o repúdio coletivo, tornando-se vítimas de um modelo social que lhes rouba o direito fundamental de viver dignamente. Na opinião de alguns, estão na rua porque querem. Para estes, o cotidiano destas mulheres meninas não lhes diz respeito. Que todos possam ouvir o tão atual apelo do poeta Bertolt Brecht: “Nós pedimos com insistência: Nunca digam - Isso é natural!


Artigo publicado no O Povo e reproduzido aqui com permissão da autora
*Nota: Hiperlinks inseridos por mim.

3 comentários:

renata penna disse...

ai. que triste.
eu espero mesmo nunca me acostumar, nunca achar natural. indignação é a última esperança.
bjo!

Sair do Brasil disse...

Olá tudo bem?

Gostei muito do seu site (blog) está de parabéns. Eu esou com um blog direcionado a pessoas que desejam sair do brasil e estou interessada em fazer uma parceria com você eu divulgo seu link no meu blog e você divulgaria o meu aqui. Teria interesse?

o endereço do meu caso queira consultar para analisar é www.sairdobrasil.com aguardo resposta!

obrigada

Tatiane Dias

Unknown disse...

Ja linkei teu blog, Tatiana.
Obrigada pela visita.
Feliz 2008!!!!