"Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a
parte
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de
recordações
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito
de ter que viver"
Fernando Pessoa
Update: O novo blog ta a caminho :-)
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Fechando ciclos
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Festa da Vida 2009
A Festa da Vida é realizada há onze anos dentro das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente. Tem como finalidade promover educação para a cidadania, em clima de descontração e celebração da vida através de números artísticos e exposição de trabalhos de pessoas e entidades que defendem a vida em seus vários aspectos.
Reuniões quintas-feiras, 19h30min,na Rua Castro Alves, 180
Joaquim Távora
CEP 60130-210
Fortaleza
Tel. 3254 1203
9994 9052
e-mail: movimentoproparque@bol.com.br
Não inventei a mim.
Por que se eu tivesse inventado
teria me feito assim:
metade noite, metade dia
sem verso quebrado
sem aspas, nem parênteses
teria me feito transparente
eternamente lúdica
lúcida, translúcida
verso e reverso do tempo
em contagem regressiva
Se, como uma deusa
eu tivesse me feito a mim
teria me refeito tantas vezes!
Esqueceria desencontros
endereços, desencantos...
Esqueceria, de propósito,
(bem no meio do caminho)
minha louca irreverente alegria
meio artista, meio normal
(Nada inteiro eu me queria...)
E à luz de uma meia lua
metade eu seria noite
metade eu seria dia
quarta-feira, 13 de maio de 2009
De passagem...trazendo Lya Luft
Não perguntem pelo meu poema:
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.
Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como a um inseto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema, deixem
Que seja somente um poema.
(Nem eu ouso ergue-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade).
(Lya Luft)
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Goiabada, filosofia barata e Kalina
Eu não tinha parado para pensar nisso ainda, mas agora sentada na cozinha, comendo goiabadinha ainda sinto a delicia do abraco da amiga que saiu daqui agorinha há pouco e essa lembrança tão recente me faz pensar no quanto espero repetir a dose. Então vou contar nossa tarde meio de traz pra frente.
Começando aqui das quase findas goiabadinhas (a foto foi tirada antes delas começarem a ser literalmente devoradas, portanto, a foto esta muitíssimo desatualizada rs). Antes de sentar aqui para me deliciar sozinha com essa doçura, fiz parte de um abraco gostoso com uma amiga recente que já se tornou amiga queridíssima Nordestina da peste, me deixou depois do tal abraco, mas isso foi depois de termos desfrutado de momentos de gargalhadas, abraços e beijinhos com meus pequeninos. Acho que foi a primeira vez que eles receberam tanto calor humano de alguém que não fosse família Crianças crescendo em um contexto em que as pessoas são comedidas nas demonstrações de carinho, aprendem cedo a se conter. Mas ela os conquistou e os fez gargalhar em seus abraços arrochados e seus cheiros nordestinos.
Mas nem sempre foi assim. Antes disso eles rodeavam a mesa do almoço, escapando de sentar e comer direitinho como a mãe adoraria mostrar que eles sabem fazer tão bem. Curtiram a liberdade dada pela mãe ocupada com o papo em português com a amiga divertida (isso bem depois do primeiro momento quando se esquivavam da aproximação da visita). Almoço no jardim, celebrando a primavera, apesar doventinho gelado fazer certas pessoas do Piauí sair correndo para botar o casaco, enquanto certas pessoas brabas do Ceara bancam as fortes e não se rendem, sustentando o modelito vestidinho de verão Tudo em torno de um almoço simples, mas feito com amor.
Falando nisso, o almoço nem sempre esteve assim, servido sobre a mesa do jardim. Quando a visita chegou o dito cujo estava na forma nada apetitosa de comida crua, sendo preparada, agora em meio a uma conversa e outra, um menino e outro vindo dizer algo ou pedir algo, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Aos olhos da visita o almoço foi sendo preparado, e um cafezinho na cafeteria chiquérrima, servia apenas para inundar o espaço do aroma familiar, mas a dona da casa jamais lembrou de servir o dito cujo. Jamais er um pouco demais, porque sim, entre esse momento da preparação do almo e aquele abraco apertado da partida, houve sim espaço para não apenas um, mas dois cafezinhos com pão e manteiga.
Mas muito antes do almoço começar a ser preparado, as crianças se preparavam para conhecer essa tia nova que viria falando português e oferecendo o calor reconfortante da amizade. Nome da amiga na ponta da língua, bons modos suplicados pela mãe e prontamente ignorados claro, espaço bagunçado a moda da casa, no estilo Clarissiano de espalhamento dos elementos por todos os cantos e recantos. Pequenos ajustes no estiloLeonardiano de tentar botar ordem no caos fraterno [sem muito sucesso, diga-se]. Musica brasileira tocando alto, gritando aos quarto ventos que a casa estava feliz, sorridente, pronto pra abrir os bracos e deixar entrar a amiga.
Mas quem diria que tudo isso começou graças a dois ou três encontros totalmente casuais pelo campus da universidade, depois de uma espiada mutua em perfis no orkut, contatos tímidos iniciais em comunidades e finalmente o add friend. Antes disso, esse terreno era sem forma e vazio. Nos não existíamos uma pra outra. Felizmente esse não e o fim da historia, mas o começo
sexta-feira, 10 de abril de 2009
As 41 coisas que pretendo fazer nos proximos 41 anos
1. Terminar de escrever minha tese
2. Terminar o curso
3. Publicar pelo menos um artigo antes de concluir o curso
4. Publicar loads depois de concluir
5. Terminar de escrever a historia da Cecilia
6. Traduzir meus livrinhos com diversos finais e publica-los
7. Ver meu filhote ir pra a “escola grande” (Reception Year, ou seja, primeira serie daqui)
8. Ouvir meu filho lendo pra mim na proxima Primavera
9. Ver minha pequena comecar a pre-escola
10. Conversar com meus filhos em Portugues
11. Ver os primeiros girassois plantados por mim florirem (falta pouco)
12. Comecar um curso de pintura em pasteis
13. Voltar a costurar e criar com tecidos (bolsas, vestidos, fantasias pra os meninos etc.)
14. Ir ao Brasil
15. Ir a Portugal
16. Ir ao Brasil de novo
17. Ir a Sparks, Nevada
18. Conhecer a Escocia
19. Comecar uma nova pesquisa
20. Ir a todas as conferencias possiveis e imaginaveis
21. Participar de tantas conferencias quantas eu der conta
22. Sair pra dancar (e tb fazer um curso de danca de salao so por diversao)
23. Ir ao Brasil de novo
24. Ir a Portugal de novo
25. Entrar pra um grupo de poesia
26. Ser colunista de uma revista feminina
27. Ser voluntaria em trabalho filantropico de apoio a mulher e a crianca
28. Criar algo inedito (nao da pra contar o que vai ser hehehe)
29. Fazer curso de fotografia
30. Fazer Yoga
31. Ir ao Brasil de novo
32. Aprender a pintar porcelana
33. Aprender pintura em tecido
34. Separar tempo pra arte no meu dia-a-dia
35. Ir ao Brasil de novo
36. Acompanhar meus filhos em atividades esportivas que eles se identifiquem
37. Acompanhar meus filhos (cheia de orgulho) em atividades ligadas a arte
38. Visitar todos os museus de historia e de arte do pais antes dos meninos chegarem a adolescencia (ou a idade do “this is not cool”)
39. Visitar o maximo dos paises europeus antes dos meninos chegarem a dolescencia
40. Ter tornado possivel os meninos conhecerem bem o Brasil antes da idade adulta
41. Ter tornado possivel os meninos conhecerem bem Portugal antes da idade adulta
segunda-feira, 6 de abril de 2009
As 41 coisas que mais marcaram meus 41 anos de vida
Pra comemorar meus 41 decidi fazer uma listinha daquelas que circulam por ai nos blogs e em revistas femininas.
1. Minha mae
2. Ser irma do Cece
3. Ser tia ao 7 anos de idade
4. Nao pertencer a um lugar especifico (nasci no interior e cresci em Fortaleza, entao nem nunca fui considerada de Fortaleza e muito menos da cidade onde nasci)
5. Estudar numa escola em que ser branca era um problema
6. Fazer ginastica de solo
7. Fazer danca moderna em todas as escolas por onde passei
8. Crescer com meus amigos Umberto e Priscila e te-los como irmaos por adocao
9. A morte do meu pai
10. Meu primeiro ano de universidade com todas as suas peculiaridades, contradicoes e descobertas
11. Conhecer minhas amigas do Cinco (Debora, Gil, Ge e Bra) e formar um vinculo de amizade unico e essencial
12. Trabalhar no Colegio Batista no tempo do Ze Milton e da Solange
13. Telmir
14. Trabalhar lado a lado com Creuza, Bel e Fatinha
15. Encontrar minhas irmas Adriana e Regina Camara
16. Ser aluna do Professor Leonel Correia Pinto
17. Estudar com Alicia Fernandez e seu marido Jorge Goncalves da Cruz
18. Descobrir a psicopedagogia da Alicia
19. Trabalhar no Kerigma (se fosse explicar as razoes teria de fazer uma lista so pra isso)
20. O convivio diario com dona Rita, seu exemplo e sua amizade
21. A morte do meu irmao mais velho
22. Reencontrar as amigas do Cinco depois de um longo tempo afastadas e redescobrir a amizade antiga
23. Ser aceita no doutorado/doutoramento em Portugal (depois de tantas tentativas frustradas de entrar pra o mestrado no Brasil)
24. Ter de abandonar o doutorado/doutoramento em Portugal
25. Viver longe do Cece
26. A saudade constante da minha mae
27. O amor incondicional dos meus irmaos mais velhos Didi, Zeni e Bebetinho
28. A perda dos meus livros de estimacao
29. A distancia de casa (casa incuindo TUDO, o lugar, as pessoas, a cultura, a comida etc.)
30. A amizade e o amor incondicional do meu sogro Seu Serafim
31. A morte do Seu Serafim
32. Ficar gravida
33. Ser mae
34. Ser mae pela segunda vez
35. Entrar pra o PhD na Inglaterra
36. Fazer a primeira publicacao em Ingles e nao em Portugues
37. Tomar a decisao de partir quando o segundo casamento chegou ao fim
38. Ver meus filhos construindo suas proprias asas
39. Driblar o medo e acender a esperanca diariamente
40. Formar um novo circulo de amizade verdadeira nessa patria distante que nao eh minha, nem eu dela
41. Manter inabalavel minha fe em Deus (apesar dos homens, inclusive os que falam em nome Dele) e gracas a isso estar sempre pronta a recomecar cheia de sonhos e esperancas.
Idade nova, ano novo, tudo novo...
domingo, 5 de abril de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
Acordei para o Acordo!
Eu so acho que poderiam ter banido logo todos os acentos e sinais latinos, assim meu telcado deixaria de ser "desabilitado" e passaria ao nivel da normalidade. Estando de acordo ou nao com o novo acordo velho, vou penar pra aprender as mudancas todas sem ter tempo de praticar muito.
Se voce ainda nao conferiu, aqui vai o link pra o dito cujo (pdf para download).
domingo, 8 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Enquanto a Lua Derrama o Anoitecer, Dormem Odes de Lamentos Tantos Enebriados pela Luz
Talvez tenha me visto em papel ou numa tela
Mas jamais me encontrou
Nao a mim
Nao, eu nao a conheco
Nem mesmo vi sua imagem em papel ou tela
Jamais a encotrei
Nao a ela
O que ela conhece sobre mim é nada mais que um eco de sons inaudíveis
O que ela sabe nao passa de um nao-saber, um nem-sequer-imaginar
Separadas pela geografia, pela historia e pela metafísica
Seguimos caminhos distintos que jamais se cruzam
Sem nem ao menos serem paralelos
Sao apenas caminhos, nem opostos, nem convergentes
Caminhos distintos para o desencontro infinito
Quisera ela saber quem sou, dizer-me sua verdade toda
Quisera ela ouvir minha voz, nao mais o eco do nao-dito
Mas eu nao quero, apenas lamento o enredo que a engana e engoda
Mas mais nao posso alem do lamento
Talvez possa apenas acrescentar a este, uma esperanca
A de que ela jamais caia no laco ou morda a isca
Que ela escute as pausas do eco e os gritos do silencio
E alcance sabedoria para nao se fazer presa facil
Da noite enluarada daquele porto remoto
E se ela por um acaso do Destino me ouvir a mim
Que domine a mestria do calar da noite
Do sussurrar do vento
Do silenciar da montanha
(Desculpem-me, mas voltei sem acentos e outros sinais latinos)
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Recomeça….
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga