sábado, 29 de dezembro de 2007

Oração pelo Ano Novo



Obrigada por um outro ano novo e pelas possibilidades novas de cada dia.


Nós oramos pela paz, por luz, e por esperança, e


que nós possamos campartilhar com o outro.


Perdoa-nos pelos erros deste ano passado.


Nós deixamos o passado em tuas mãos


e te pedimos pela nova etapa que se inicia.


Amém!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Casa

O que mais é digno além do amor
Dê uma volta em qualquer rua agora
Cada um de nós em nosso próprio pequeno mundo
Procura um coração com quem pulsar junto agora


O que mais é digno além do amor
Eu estou preparado para o fazer teste agora
O que é digno mais que qualquer coisa
Para o manter firmemente de pé agora

Então a imagem falsa deveria desaparecer
Porque eu anseio por muito tempo por um sentimento de casa
Vida real, descrita em canção
Uma memória adorável
Depois de tanto tempo, casa é um lugar onde eu deseje pertencer

Onde a terra encontra o mar
Ela estará sorrindo assim doce agora
Eu espero que ela esteja aqui mais tempo que eu estarei
Meu coração a ama com cada batida agora

Então a imagem falsa deveria desaparecer
Porque eu anseio por muito tempo por um sentimento de casa
Vida real, descrita em canção
Uma memória adorável
Depois de tanto tempo, casa é um lugar onde eu deseje pertencer


Essa foi uma tradução livre que fiz da canção (uma das) que toca na coluna da direita do blog.

Segue a letra em inglês:


HOME (Simply Red)

What's worth nothing else but love
Take a walk down any street now
Every one of us in our own little world
Looking for a heart with whom to beat now
What's worth nothing else but love
I'm prepared to take the heat now
What's worth more than anything else at all
To keep you firmly on your feet now
So fake cool image should be over
'Cause I long for a feeling of home
Real life, depicted in song
A loving memory
After long, home is a place where I yearn to belong
Where the land meets the sea
She'll be smiling so sweetly now
I hope that she'll be here much longer than I will
My heart loves her with every beat now
So fake cool image should be over
'Cause I long for a feeling of home
Real life, depicted in song
A loving memory
After long, home is a place where I yearn to belong

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Achado

Encontrei [por acaso] Nilze e eu bem aqui.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Quando nosso tempo é restrito chovem hoaxes


Quando temos mais atividades a fazer do que o tempo disponibilizado para elas, costumamos super-valorizar o prejuizo de cada minuto dispensado ao que nao seja essencialmente importante. Bom, eu pelo menos sou assim. Vivendo exatamente uma fase dessas, chega-me a tirar a paciência a quantidade de mensagens que me chegam por email, e que na verdade nem sao verdadeiramente para mim. Recentemente recebemos aqui em casa, de destinatários distintos e diversos, uma mesma mensagem que inicialmente nos impressionou, até nos moveu a ajudar. Tentando ajudar, investi alguns minutos do meu escasso tempo a procurar uma informacao que, acreditávamos, poderia ajudar uma criança enferma. Nessa busca descobri que a mesma mensagem já circulava na Internet em 2001 com o texto exatamente igual, os nomes das pessoas, a idade da criança. Bingo! Mais um hoax. Cada coisa que aparece que parecem duas.
Nao foi o primeiro, nem será o último. Invariavelmente essas mensagens de hoax nos colocam numa posiçao desconfortável diante de quem nos envia. Nem sempre dispomos de tempo para responder a cada pessoa explicando que aquilo que nos enviou tratava-se na verdade de um embuste, ainda que façamos isso, fica a critério da pessoa fazer o mesmo a quem enviou e de quem recebeu. Nem sempre as pessoas estao prontas a desacreditar naquilo que acreditaram. Seja como for, achei melhor partilhar o assunto aqui, crendo que há mais pessoas padecem do mesmo mal. Aproveito e transcrevo aqui parte do artigo da Wikipédia sobre hoax, e me permiti fazer pequenas modificaçoes. Segue o texto adaptado da Wikipédia.














  • Dá-se o nome de hoax ("embuste" numa tradução literal) a histórias falsas recebidas por e-mail, cujo conteúdo, além das conhecidas correntes, consiste em apelos dramáticos de cunho sentimental ou religioso, supostas campanhas filantrópicas, humanitárias ou de socorro pessoal ou, ainda, falsos virus que ameaçam destruir, contaminar ou formatar o disco rígido do computador.
    Uma dica simples é sempre acessar o site da empresa envolvida no "hoax" ou tentar ligar para eventuais números mencionados na mensagem, de modo a verificar a sua autenticidade. Porém, algumas regras já consolidadas pela experiência, indicam uma boa conduta e têm grande valor no combate à pirataria de e-mails:


  • Ao encaminhar mensagens para destinatários múltiplos, use sempre o campo de "Cópia Oculta" (CCo ou BCC). Lembre-se que nem todas as pessoas querem ter seus endereços de email circulaando pela Internet desnecessarimente, a menos que você tenha consultado as pessoas antes de enviar seus nomes e endereços a todos os seus contatos.



  • Antes de responder ou repassar qualquer e-mail, limpe as mensagens anteriores que não sejam relevantes. Limpe também eventuais resíduos e formatos desnecessários do texto antigo e, principalmente, limpe todos os endereços de e-mails que possam restar juntos à mensagem original.



  • Não repasse a sua versão da mensagem como anexo. Essa prática induz a formação de sucessivos anexos de anexos que sempre escondem endereços de e-mails alheios, além de revelar o seu desinteresse pelo conteúdo encaminhado.



  • Evite mensagens que contenham tão somente programas executáveis ou apresentações do tipo PowerPoint pois, além de exigirem requisitos técnicos próprios, recursos de máquina e disponibilidade de tempo ao leitor, são absolutamente impessoais. Ao encontrar uma mensagem em formato PowerPoint que lhe agrada e que deseja partilhar com seus amigos, escolha os amigos de acordo com a mensagem em questao e envie apenas para estes, lembrando sempre de enviar uma mensagem sua, algo pessoal, dirigido diretamente a quem vai receber a mensagem. Nunca envie a mesma mensagem a todos os seus contatos, isso demonstra apenas que voce gostou da mensagem e isso nao é motivo suficiente para alguém desejar abri-la.



sábado, 13 de outubro de 2007

Esquina invisível

Combate à prostituição infantil deve ser feito por toda a sociedade



05/10/2007 00:30


Quem passar pelo cruzamento da Rua Barão do Rio Branco com a Av. Leste-Oeste, nas proximidades do Passeio Público, vai encontrar uma cena deplorável. Alguém poderá dizer que, se a cena for de meninas prostituídas, não há nenhuma novidade, pois é uma coisa comum pelas ruas da cidade de Fortaleza. O drama a que me refiro, em pleno centro da cidade, é um tanto diferente da prostituição no calçadão da praia, igualmente preocupante, mas com meninas arrumadas, de mini-saias, maquiadas e cheias de sensualidade precoce. No cruzamento de que falo, postam-se pequenas meninas magrelas, pálidas, mal-vestidas, descabeladas, quase invisíveis. Oferecem seu corpo na esquina para os desvalidos semelhantes a elas, em troca de drogas. Quando encontram alguém, carregam para o terreno baldio em frente à Santa Casa de Misericórdia. A triste realidade foi mostrada há poucos dias, por um canal de televisão local. Depois disso, fui lá e nada mudou. Infelizmente, a consciência social parece um tanto adormecida para este fato. O povo de uma cidade não pode ser cúmplice da prostituição infanto-juvenil, um dos problemas mais graves do nosso país. Essas meninas sofrem com a miséria econômica, o abandono, a violência dentro de suas famílias e na rua, mas principalmente são vítimas da indiferença dos órgãos públicos. A cada dia elas são lançadas às ruas como cães vadios. Ficam ao acaso, reféns do abuso e da exploração sexual dos adultos. Ao invés de atenção especializada, sofrem o repúdio coletivo, tornando-se vítimas de um modelo social que lhes rouba o direito fundamental de viver dignamente. Na opinião de alguns, estão na rua porque querem. Para estes, o cotidiano destas mulheres meninas não lhes diz respeito. Que todos possam ouvir o tão atual apelo do poeta Bertolt Brecht: “Nós pedimos com insistência: Nunca digam - Isso é natural!


Artigo publicado no O Povo e reproduzido aqui com permissão da autora
*Nota: Hiperlinks inseridos por mim.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Ano Novo

Agenda 2007/2008


Desde que vim morar aqui, descobri que durante um ano posso ter diversos “anos novos”, ou pelo menos, diversos recomeços de ano. Depois do primeiro de janeiro, que é o mais legítimo início de ano, vem o início da primavera, que ganhou ares de ano novo para mim. Tempo de renovar forças, renovar cores e odores, num período repleto de flores e alguns raios de sol.

Mas hoje estou mais uma vez vivendo uma nova virada de ano. Hoje termina meu primeiro período de férias de verão, embora de férias não tenha tido muito, e amanhã inicia-se meu segundo ano acadêmico. Deixei para trás o hábito de comprar agenda no final do ano de calendário. Agenda nova agora chega em julho. Amanhã retomo algumas atividades mais práticas na Universidade e meus dois filhotes retomam suas atividades fora de casa, longe das asas protetoras da mummy e do papai.

Respiro fundo, mergulho em meus planos e foco nos meus sonhos, renovo as forças, seguro na mão de Deus e vou. Este ano precisa ser bondoso, precisa andar em um compasse que eu o acompanhe, precisa lembrar que no ano passado tive de me redobrar para ser estudante e trazer ao mundo uma menina adorável. Que este ano novo seja generoso em seu passar. Que o outono que já me rodeia se mostre inspirador e o que inverno, que já faz sua serenata ao longe, venha sereno e modesto. Que os dias curtos sejam um estímulo, que a brevidade da luz sirva-lhe para dar maior valor.
Que em meio a tudo isso, o ano novo seja próspero e cheio de paz.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Caderno de espiral


Na minha meninice havia um caderno.
Era um caderno tamanho A4, espiral de arame e páginas azuis
Dentro do caderno havia um tesouro
A letra perfeitamente traçada, redonda e lindamente desenhada
A letra da minha irmã

As páginas azuis tão bem cuidadas, a forma metódica e limpa com que aquelas anotações tinham sido feitas
Eram quase um mito pra mim
Aquele caderno usado e desatualizado, caderno do ano passado,
E por isso mesmo por mim herdado,
Servia-me de inspiração, estímulo e modelo.

Minha ingenuidade de menina dava-me esperanças de um dia ter uma letra tão linda
E um caderno tão admirável.
Movida por esse desejo, muitas vezes pus-me a desenhar aquela letra – sob os protestos da minha mãe – imitando o traço, imitando cada curva, cada volta geometricamente perfeita.
Foi nesse tempo que minha própria letra transformou-se em um desastre, um caos – confirmando as previsões da minha mãe.
Minha metra havia se perdido de mim, talvez fugiu chateada com meu descaso com ela.

Perdi-me entre o desejo de beleza que a caligrafia derramada no papel azul me instigava e a minha própria, de aprendiz de mim mesma.
Meu traçado tornou-se conflituoso e não se podia achar em minha escrita nem a beleza desejada
Nem a minha verdadeira identidade

O tempo encarregou-se de me revelar a beleza que havia no meu jeito de escrever.
Encarregou-se também de me mostrar os caminhos a que me levavam o meu próprio traço.

Nos dias de hoje ando novamente em busca da minha marca, naquilo que escrevo.
Habitando os labirintos da escrita numa segunda língua, muitas são as vezes que perco de vista todo o nexo e sinto uma saudade enorme da beleza.

Em horas assim, procuro dentro de mim aquelas páginas azuis.
Aquela inspiração arredondada, geométrica, nascida da perfeição da letra da minha irmã.
Mergulho fundo em meu coração e vou buscar meu lindo caderno azul, para assim escapar do caos.

sábado, 22 de setembro de 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A menina brinca

Entretida com suas cores, a menina brinca
Cria mundos e mistérios, em seu mar de beleza infinito
A menina brinca
E brinca como quem cria mundos novos para quem cansou dos seus antigos
Ou para quem porventura esteja apenas renovando o olhar
Pois a menina brinca
Mas quando brinca, suas cores e formas esparramam-se pelo universo
Um universo cheio de conflitos mas que descansa quando a menina brinca


Enquanto ela brinca, o mundo inteirinho pára e espreita
Arregala os olhos, fica boqueaberto
Belez infinita invade almas e corpos e causa espanto
Entao, ela continua sua tarefa de beleza
A menina brinca
Brinca quando pinta seu sorriso diante do cotidiano que nem sempre o merece
Pinta suas formas sobre a estrada nem sempre certa, nem sempre segura,
Mas sempre bela, sempre dela.


Enquanto a menina brinca, as folhas nascem coloridas
O céu sente-se útil e belo, inspirador de cenários sempre renovados
E o sol, assim, brilha para brincar com ela
Despejar suas cores através do vidro amigo
Que o traduz em luminosidade caseira e íntima
E a menina brinca
Sob esse sol do novo ninho, seu regresso
Brinca de ser e estar aqui, ali e ainda mais longe Happy m&m's to you
Agora, ontem, sempre e nunca mais
Mas a menina brinca



segunda-feira, 10 de setembro de 2007

3 anos de muitos sorrisos

3 anos se passaram, e ele continua sendo nosso o menino-sorriso!

Alegria contagiante.

Amor puro.

Sorriso lindo, lambuzado de chocolate.

Quanta alegria trazem esses brigadeiros brasileiros em terras de sua majestade.

Celebramos a vida, o amor, nosso nenem crescendo!

Louvado seja Deus!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Feliz aniversário

Quando você chegou ao mundo eu comecei a crescer, já no primeiro dia.
A noite da sua estréia nesse planeta foi minha primeira noite sem mamãe. Isso foi apenas o começo, pois ter uma sobrinha me encheu de orgulho e de convicção de que eu já não era apenas mais uma menina de sete anos, eu era uma tia!


Seus primeiros anos de vida encheram minha infância de sentido. Nada se comparava a ir para sua casa depois da aula, só pra brincar “com a minha sobrinha”!
O tempo passou e a sua infância sempre esteve perto da minha, mesmo depois que passamos a morar em cidades diferentes. No final da minha adolescência a sua adolescência já se insinuava e assim, pudemos brincar juntas, passear por Itaiçaba, ir ao rio, andar de bicicleta em Fortaleza (e quase sermos atropeladas!!), sermos assaltadas em pleno centro da cidade. Essas últimas podem até parecer que são lembranças ruins, mas para mim são recordaçoes de pequenas aventuras que vivemos juntas.

Hoje somos mulheres adultas e eu tenho muito orgulho de você, da sua maneira de ser, sua personalidade forte, seu bom caráter e jeito delicado de ser, mas que sabe ser valente quando é preciso. Desejo a você muitas felicidades e um monte de boas realizaçes nessa idade nova.

Parabéns pra você!


Com amor,
Da tia

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Acidente da TAM: retrato triste de uma nação







Durante todo o dia hoje o assunto do acidente em Congonhas esteve presente em diversas mensagens que recebi via email. Eu queria muito escrever da minha indignação, revolta, medo, tristeza e angústia, mas estando já envolta noutro manto dolorido, sentindo a dor de uma grande amiga que perdeu uma pessoa amada, nem me atrevi a tentar traduzir em palavras meus sentimentos. Mas selecionei um email que acho resume bem muito do que penso e sinto. Foi escrito pela Ivone, e estou publicando antes mesmo dela confirmar se autorizaria, portanto, se o post sumir de repente, terá sido mea culpa. Perdoem-me.



Por que nós brasileiros somos tão pacíficos, aceitamos tudo sempre sem reclamar?
Todos sabiam que isso mais cedo ou mais tarde ia acontecer, foi tragédia anunciada e nada foi feito.
Todos sabemos que somos roubados todos os dias pelos nossos políticos e nada fazemos.
Todos nós sabemos que nossas escolas fazem de conta que ensinam, que crianças chegam à 8a. série sem saber praticamente ler, e nada fazemos.
Que a corrupção é algo presente em toda parte, praticada por todo mundo e nada fazemos.
Que a violência impera no nosso país, entre outras coisas, por uma enorme desigualdade social e nada fazemos...
Até quando vamos aguentar tudo isso sem nada fazermos?




Texto escrito por Ivone Melo

sábado, 7 de julho de 2007

Mafalda

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Mafalda

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Metáfora

tela abstrata

Ando novamente procurando uma metáfora que caiba na exata medida do que tenho em mente. Enquanto procuro, decidi resgatar esse antigo texto, que - estranhamente - diz alguma coisa do tempo atual, que difere em quase tudo daquele outro, exceto por esta busca.










Andei pela casa em busca de uma metáfora. Vasculhei meus livros, tirei o pó de velhos cadernos, reli revistas antigas, passei os olhos por cada detalhe à minha volta. A avidez de meus olhos chegava a doer. E nada. Abri a porta e fui até a rua.
Vislumbrei a passagem apressada dos carros, enquanto o ronco dos motores nada me dizia de analogias e simbolismos, apenas a realidade ecoava explicitamente pela rua. Realidade absurda e triste, como tudo de que a metáfora se ausenta. Senti meus pés tocando a parte interna dos sapatos, por onde passava o calor da calçada banhada de sol. Pareceu-me sem nexo algo tão perceptível ao tato. O sol sem nenhuma metáfora aquecia a calçada, que aquecia meus sapatos sem poesia audível.
Decidi voltar para minha escrivaninha e postar-me diante da brancura do papel, que me implora que escreva algo. Ele solicita que o presenteie com palavras, ainda que não importe o que elas digam, nem que digam algo. Eu me adianto como quem sabe o que irá compor, mas se já o soubesse estaria composto e não seria um infindável vir-a-ser. Vir-a-ser escrito, vir-a-ser dito, vir-a-ser. E como não encontro a metáfora, começo a comer bolachas secas. Como-as e não as sinto, porque as devoro como se devorasse a mim mesma. Consumo-me em um vazio de significações ou reflexões. Apenas existo ali, comendo bolachas sem apetite ou necessidade. Existo sem apetite no vazio da brancura que me pede uma metáfora.
Mas a metáfora meteu-se longe, fora de mim. Fora do meu alcance. E sofro as saudades do futuro. Futuro que não adivinho ou predigo. Saudade das palavras que hei de escrever e que hão de falar tanto. Falarão dos sonhos que nasceram e voaram e ressurgiram mais adiante. Dirão das tensões e dos sorrisos, dos silêncios e das lágrimas, sem usar nenhuma destas palavras.
Somente alguns poderão ver através dos interstícios dos grafismos que comporão os simbolismos lingüísticos. Penso tudo isso e perco-me desfeita em leite viscoso que escorre no papel. Acordo de mim mesma, do delírio que sou, da alucinação que alimenta-me. Diante de mim, continuam o papel intacto, a caneta emudecida, as mãos inertes e o tempo que foge de mim e de tudo.
O tempo passa e eu não o vejo passar. Apenas sei que ele passa. De repente, sinto um impulso de erguer-me da cadeira. Volto a circular pela casa, recomeço a busca pela metáfora que venha tecer com muitas cores um belo desenho em que seu avesso seja simples e puro. A metáfora continua fora de mim e eu vou dormir, morrer por um pouco, para reviver mais tarde com novas forças e talvez iluminada por uma palavra, uma imagem, uma cena, um pensamento.

Texto escrito em:
Fortaleza, 26 de dezembro de 2000

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Éramos cinco: mais que isso, éramos O CINCO

Por alguma razão, o fato de sermos cinco garotas, unidas por uma amizade recente mas promissora, e por um companheirismo estimulante, nos dava um sentido diferente de identidade. Acabamos por nos identificar como O Cinco. (Uma outra amiga, que fez tarte do grupo, mas que se integrou um pouco mais tarde faria o grupo crescer de cinco para seis, mas as mais conservadoras – leia-se eu – insistiam em nos identificar como o cinco. Admito meu comportamento exclusionista da época, mas acho que cresci desde então).

O cinco se caracterizava pelo sentimento partilhado de amizade e uma confiança mútua cada vez mais forte. Éramos muito parecidas em algumas coisas e totalmente diferentes em quase tudo. Por isso mesmo a amizade era sólida, pois se baseava no respeito à individualidade de cada uma, ainda que isso fosse exercido na forma de discussoes, pequenas brigas e até tentativas de rompimento. Muitos desses momentos estao registrados em cartinhas escritas naquela epoca e cuidadosamente guardadas ate hoje.

Nós todas conhecíamos a família umas das outras, ou quase todas. Visitávamo-nos mutuamente. Havia até uma que esforçou-se (sem sucesso) para literalmente entrar para a família de uma de nós, a qual tinha alguns atrativos disponíveis. Mas essa é outra história e não estou autorizada a contar.

Dito assim, nem parece que a amizade desse grupo de garotas tivesse algo de especial. Pode parecer que éramos nada mais que um grupo típico de adolescentes, vivendo e sentindo as coisas comuns da idade, ao mesmo tempo que partilhando tudo com o grupo mais próximo. Mas não foi apenas isso, e por mais que eu tente descrever ou explicar, não haverá palavra que seja suficientemente clara ou profunda. O que posso fazer para tentar contar aos quarto ventos que O Cinco foi algo particularmente especial, é apenas dizer que ao longo desses vinte anos ele jamais se dissolveu, ainda que eu tenha estado um pouco distante por um tempo. Não apenas se manteve vivo, O Cinco cresceu e se fortificou. Hoje somos seis ou sete (há controvérsias) e Cia. E claro que já não somos O Cinco, somos as Candinhas. E cada Candinha vem acompanhada de seus respectivos e de sua prole (que ainda está em fase de expansão!).

Ser uma das Candinhas é ...


...ter sido parte do Cinco, (eu, Débora, Gil , Bra e Gê)

...mesmo quando apenas o via de fora (Ivone),

...ou nem ter conhecido o Cinco de fato, mas ter estado desde sempre ao lado de uma de nós (Cléo),

...ou ter sido a número seis (Help),

...ou até ter sido efetivamente do Cinco e não ter muito tempo pra ser Candinha (Bra),

...ou mesmo ter sido presence constante na existência do Cinco e continuar bravamente depois de tantos anos sendo nosso querido indiozinho e compaheirinho da nossa amiga e pai de duas fofuchas (uma ainda a caminho). [Sim, tem Candinha que é Candinho :-)]

Mas acima de tudo, ser Candinha é ter um grupo de amigas que está todos os dias disponível pra partilhar risadas e coisas menos agradáveis. É saber que a qualquer dia, a qualquer hora podemos abrir o email e encontrar algo que nos faz sorrir, ainda que quem nos vê rindo diante da tela do computador possa não entender. Partilhamos os emails abertamente entre as Candinhas, embora haja uma ou outra que troca segredinhos em emails particulares (partilhamos tudo, inclusive o direito de não partilhar tudo, quando for o caso).

Estamos geograficamente separadas, vivendo em estados diferentes do Brasil (exceptuando-se as três que vivem no Ceará e duas em Brasília), ou fora dele, como é o meu caso.

Este ano nossa amizade completou vinte anos e isso nos leva a pensar no que nos manteve e bolomantêm tão íntimas. Nos leva também a festejar de diversas formas e a minha maneira de festejar esses vinte anos, é contar aos quarto ventos o quanto sou grata a essas meninas por estarem tão presentes em minha vida, (especialmente nesses anos todos fora do Brasil) apesar de tamanha distância. Eu trabalhei com uma pessoa que costumava dizer que “toda ausência é atrevida”, querendo dizer que quando não estamos por perto as pessoas se revelam. Se isso é verdade, as Candinhas são um exemplo vivo de como uma amizade verdadeira reage às mudanças impostas pela vida, inclusive a ausência.

Continuamos muito diferentes e muito parecidas. Cremos e descremos diferentemente, nos colocamos diante do mundo diferentemente, temos diferentes estilos e gostos, escolhas profissionais que não se encontram. Enfim, certamente não é o narcisismo ou algo do gênero que nos une, nem mesmo os interesses em comum, nem mesmo os objetivos em comum. É apenas o sentimento comum de amizade verdadeira. E é por isso que encho o peito pra dizer bem alto que rendo Graças a Deus pelas minhas queridas Candinhas!

Feliz aniversário, meus amores!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Éramos cinco

De repente, entra um vento primaveril, que vem soprando desde o jardim e invade toda a casa e traz com seu cheiro uma saudade de um tempo em que florescia uma amizade, que ainda não sabia o que a vida lhe reservava.

Há exatos vinte anos nos encontramos. Estávamos todas em nosso primeiro dia de aula na universidade. Fazíamos parte do privilegiado grupo dos que passam no vestibular. Éramos meninas entre nossos 16 e 18 anos, cada uma carregando na mochila sonhos e uma boa dose de esperança. Foi nesse momento que nos conhecemos. Foi nesse momento que nasceu essa amizade, que nos presenteou com uma história linda, um passado inesquecível e um presente …bem, do presente falo depois.

Éramos cinco. Cinco garotas muito diferentes e muto parecidas. Foram nossas diferenças e nossas semelhanças que fizeram de nós um grupo peculiar, que não passava despercebido pelos corredores da Universidade. Éramos as garotas do Serviço Social que andavam sempre juntas, sempre rindo, papeando, cantando, às vezes paquerando, às vezes namorando, às vezes apenas estando juntas.

São memórias tão vivas que guardo daquele tempo. Sentimentos tão fortes. Vinte anos se passaram, e muita coisa mudou no mundo e na vida de cada uma de nós. Cada uma seguiu seu rumo, cada uma a seu modo “abandonou” o Serviço Social. Eu fui a primeira desertora, e mudei até de curso. As outras todas se formaram como AS (Assistente Social), mas nenhuma delas seguiu a carreira.

Vinte anos! Exatos vinte anos e eu poderia hoje estar me perguntando o que foi feito de cada uma delas. Eu poderia estar feliz com o surgimento do Orkut, assim eu poderia fazer uma busca e quem sabe localizar alguma delas. Eu poderia até ter uma grande surpresa ao descobrir quem casou, quem não casou, quem teve filhos, quem não teve. Acontece que não vou procurá-las nem no orkut, nem em lugar algum.

… mas essa história eu conto amanhã…

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Primeiro caso de amor

bolo de palhaco
O primeiro homem que amei na vida foi certamente meu pai, porém, o primeiro homem a viver comigo uma Linda história de amor, com uma dose forte de cumplicidade, uma profunda amizade, e uma certeza de aceitação irrestrita mútua foi meu irmão mais novo. Não que isso diminua meu amor por meus irmãos mais velhos, mas eles já eram grandinhos quando nasci, e andavam ocupados com coisas de gente grande.

Mas o meu irmão menor foi quem me ensinou as coisas grandes e importantes da vida. Foi com ele que aprendi que “ser diferente não é ser melhor nem pior, apenas diferente”, muito antes da Alícia escrever isso. Foi com ele que aprendi que uma menina pode ser forte e lutadora. Por causa dele aprendi muito mais sobre mim mesma e sobre as pessoas. Aprendi muito cedo a perdoar as pessoas que não compreendiam a beleza e a singeleza daquela infância eterna, daquela idade sempre descompassada, não dizendo muito sobre a pessoa mesma, pois para ela os anos são contados em outro ritmo, outro compasso.

Num dia como hoje ele chegava ao mundo, entrava para a minha vida e dava com isso um enorme sentido a ela. Num dia como hoje iniciava-se um calendário diferente, pois há 37 anos esse dia marca a sua mudança de idade, e ainda hoje ele não chegou à maioridade. Continua uma criança em muitos aspectos, quase todos. Seu lado adulto se revela em sua profunda percepção dos sentimentos das pessoas.

Hoje ele faz aniversário, mas não estou por perto pra fazer seu bolo confeitado. Já teve bolo de vários motivos, mas nos últimos anos ele só queria bolo “de palhaço”! Quando eu não tinha tempo de fazer, encomendava. Certamente quem fazia o bolo jamais imaginaria a idade da criança dona daquele bolo. Para ele, o aniversário dele tinha que ter bolo de palhaço e “sezente”. Com a minha distância ele passou a aceitar outros bolos, mas continua gostando dos presentes.

Aquele com quem vivi a primeira história de amor da minha vida, que dura até hoje, e durará enquanto durar a vida, tem o olhar mais expressivo que já vi, e que conhece o meu melhor que qualquer um. Sempre que me sinto triste, bate uma saudade incomensurável dele dizendo: “Que foi, Iaí?”

Feliz Aniversário, Cecé!


P.S.: Esqueci de dizer que quase sempre ele chorava emocionado na hora dos parabens, e que mesmo nao podendo acessar a net sozinho, se alguem lhe mostrar esse post com essa imagem ele vai chorar emocionado! {exatamente como eu agora a imaginar...]

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Lula e os controladores


Não posso dizer que tenho uma opinião bem formada a respeito dessa situação na aviação civil brasileira. Quando ando mais atarefada por aqui, não me detenho a me inteirar das coisas que acontecem no Brasil, exceto minha família. Foi o caso agora, e uma amiga me enviou a reportagem e uma outra comentou. Transcrevo aqui o que a Claudinha disse:









A reportagem é bem interessante. No entanto, muito melodramática (se é assim que se escreve). Se a gente for pensar na grande parte da população que vive na miséria e por isso deixar de lado nossa indignação e calar a voz, então até mesmo os "pobres coitados dos controladores de vôo" estão exagerando com o seu motim.

Não achei feliz a comparação feita pelo autor da "mulher ricamente vestida" aos berros com os indigentes brasileiros. Não quero de forma alguma justificar os berros daquela e de tantas outras senhoras e senhoritas (muito menos daquele idiota que deu na cara da surpevisora da companhia aérea). Mas muito provavelmente, se eu me encontrasse em situação semelhante a dela(s) teria ficado P da vida. E xingado e muito.

Não pelo fato de não poder viajar. Não era por isso que a grande e esmagadora maioria estava gritando "aos berros" nos aeroportos. Era pela falta de respeito aos passageiros que não recebiam uma única informação. Nem que fosse para informar que o vôo havia sido cancelado para que as pessoas pudessem retornar pra casa, pro hotel, enfim.... A grande e esmagadora maioria, pela falta de informação dada pelas companhias aéreas, simplesmente era obrigada a permanecer no aeroporto até que numa bela hora anunciassem seu embarque.

Brincadeira, né???

Uma outra coisa que me chamou a atenção no artigo foi a forma como o autor classificou o perfil dos passageiros que viajam de avião. Acredito que ele não sabe que atualmente o valor da passagem aérea é, para muitos trechos, até inferior ao valor das passagens de ônibus, por ex. Na minha opinião, o autor poderia dedicar um pouco da indignação dele à falta de informação da população. Porque se as pessoas fossem mais e melhor informadas, com certeza teríamos um número cada vez maior de pessoas viajando pelos ares.

Sem contar que, apesar de toda a insegurança aérea, viajar por terra ainda oferece uma série bem maior de riscos (entre eles os acidentes causados pelo péssimo estado das rodovias e os constates assaltos praticados aos ônibus interestaduais) .

Enfim...

Qto ao modo como o autor se refere ao presidente, acho até engraçado. Ainda mais vindo da Caros Amigos que assim como a Carta Capital tem sido grande aliada da esquerda e, portanto, ainda que indiretamente, a grande promotora do Lula na primeira eleição dele. Ora, ora...

Vou perdoar porque li ontem a entrevista do Ministro da Justiça, o senhor Tarso Genro, na revista Veja desta semana e pude (pasmada) vê-lo assumir que o importante é criticar quem está lá no poder, ainda que na sua vez vc faça tudo igualzinho, igualzinho.. .. (bufo!!!)

Aí, me vejo, infelizmente e mais uma vez, diante daquilo que tenho falado, falado e falado:

O PODER, meu povo, O PODER CORROMPE!!!! qualquer um. Seja o Lula, seja eu, seja vc, seja a chapeuzinho, seja o lobo ou seja a vovozinha.

A solução? mudar a mentalidade do brasileiro. Mas aí são outros quinhentos!! !! Fica proutro email.

P.S. Onde tem autor, leia-se autora, hehehehe....




Ana Claudia Torres






sábado, 31 de março de 2007

Olhar 43

segunda-feira, 26 de março de 2007

Parabéns pra você!

Te amo, Re Hoje ela faz aniversário.

Hoje celebramos sua vida.

Hoje queria estar perto dela.

Hoje e sempre, sua letra e o que ela me diz tem significados profundos e duradouros.


Aprende homem no refugio, BrechtEla me ensina muito,
ela me estimula, mesmo estando longe.
Um dos meus livros mais amados reside hoje na prateleira renovada e traz minha amiga para sentar-se ao meu lado, sempre que preciso segurar sua mão.
Feliz aniversário, Re.
Amo voce, minha irmã!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Primavera colorindo tudo

Granizo de 19 de marco 2007
Apesar deste granizo de Segunda-feira, a Primavera vem chegndo, colorindo tudo e em breve sei que escrevo sobre ela, nunca resisto.

Por enquanto deixo o Almir cantar:


"Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei..." (Almir Sater)

terça-feira, 13 de março de 2007

Acabei de ler Cem Anos de Solidão

Era suposto que, diante deste fato, algo significativo acontecesse, porém, a despeito da suposição, o único fato significativo foi o término do livro propriamente dito, que trouxe tão simplesmente o significado insípedo do fato consumado.

Foram tantas as vezes que a repetição dos Aurelianos e José Arcádios tinham vencido minha vontade de seguir lendo, que o texto tornara-se mítico, dada a sua invencibilidade. O mito era apenas o reflexo de um paradigma existencial do qual me sentia presa. O modo cíclico com que os Buéndia construíram o século de solidão me era demasiadamente incandescente, dada a claridade da sua metáfora. Doía-me a visão perturbadora de mim mesma andando em círculos, desprendendo minhas energias para continuar viva e caminhando, contudo sem chegar a lugar algum.

Conheci cada um dos Aurelianos, cada um dos Arcádios, envelheci com Úrsula, estive amarrada ao castanheiro e sobrevivi até ao fim de Macondo. Acabei cem anos de solidão!

Agora pergunto-me se consigo olhar essa metáfora sem apertar os olhos astigmaticamente ou se sua claridade oferece-me a possibilidade de enxergar melhor o caminho que se faz à medida que ando. A julgar pelas pegadas que deixo, sempre às minhas costas, e pela ausência de pegadas a seguir diante de mim, concluo que saí do círculo vicioso a que andei cativa.

Sim, é um fato: acabei Cem Anos de Solidão!







Escrita em 2003, Portugal

Outro ano novo

Durante alguns anos, mantive o hábito de ter um caderno novo a cada ano, para registrar minha escrita. Quase todos esses cadernos se encontram no Brasil atualmente. Curiosamente, hoje encontrei um caderninho que deveria ter registrado minha “produção” de um determinado ano. Por alguma razão, que me escapa agora, a única coisa que cheguei a Clarissaescrever naquele caderno foi uma pequena introdução anunciando a chegada do ano novo. Mas ainda mais curiosamente, ao ler o pequeno e despretensioso texto, logo o identifiquei com o meu momento atual. Eu costumo dizer que para mim o ano novo coincide com a chegada da Primavera, que acontece exatamente nessa época do ano; porém 2007 começou em fevereiro, desta vez não com a chegada das flores e da claridade, mas com a chegada de uma linda menina. Ela chegou e nossa família ganhou novas cores, nova luminosidade. Por isso decidi publicar aquele pequeno velho texto hoje, para marcar o início desse novo tempo em nossas vidas.



Lá se foi o ano velho, carregando consigo tudo o que não deu certo, tudo o que se partiu, o que se extraviou, o que se perdeu. Dezembro finda e a página nova do calendário anuncia que o ano é outro, o tempo é novo.

Cá estou eu, diante do caderno novo, páginas em branco cheirando a esperança, sonhos novos para a nova existência.

Sou a mesma de sempre em quase tudo, mas também não sou a mesma em quase nada. Sou outra versão de mim, do que fui ou do que não fui, ou do que serei. Sempre uma coisa sobre a outra, já disse Pessoa.

Que o ano novo venha com suas surpresas, seus imprevistos, suas alegrias e nem tanto. Cá estarei eu, cá estará meu caderninho, cá estaremos nós para registrar.

Que este ano seja belo e forte como o amor verdadeiro, terno e puro como a amizade sincera e feliz como encontrar o grande amor.

Seja bem-vindo o novo tempo!!!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Inclusive Education

desenho infantil

Reflections of an MPhil/PhD student

Major influences

The first and major influence on my thinking about inclusion was a particular ‘special school’ which I used to visit when I was a child, where my brother studied for five years. That school was very receptive with pupil’s family and used to promote all sorts of activities to stimulate their presence at school as much as possible. Parents – mostly mothers – were engaged in a wide range of activities such as courses, seminars, tea parties, while waiting their children to finish their routine tasks. Those mothers were committed not only with their own children but with each others’. Siblings were welcome to participate in most of the activities with their relatives. I was allowed to join in activities such as occupational therapy sessions, water games in the swimming pool, have lunch with the group and participate in the playground activities. In these occasions I engaged more with other children rather than with my brother. I felt as I was one of them. Additionally, the school usually promoted outdoor activities, such as visits to museums, train trips, trips to the beach and to the countryside, and also encouraged special days in small farms, owned by parents who invited their children’s friends to have a barbeque or tea party at their place, hosted by themselves and their children.
My most vivid memories of my childhood are all connected with the sounds, colours, smells (not always nice), constraints and tensions from that encounters. For instance, while most of the children of my generation were prone to be affraid of sitting in a wheelchair – fear usually shared by their parents which were affraid of some sort of bad luck belief – I used to participate in ‘non-authorized’ chair races, sometimes with the ‘connivance’ of some care worker. This kind of experience built my awareness about some dualities in life such as difference/equality, limit/possibility, fear/courage, failure/success and, most importantly, autonomy/dependence.
The second major influence in my thinking about inclusive education was my experience is an educator in mainstream schools, with everything that comes with this, like the evaluation system, classifications, notions of abilities and intelligence, market competitiveness, notions of failure and success and a system which insists in keep all the ‘abnormalities’ out of the sight. The tendency to diminish the differences among pupils, and to exclude or segregate the ‘weak’, the ‘slow’, the ‘unsuccessful’, creates a culture where all the educational efforts are aimed to promote effectiveness in a sense that only ‘some students’ can succeed. I was completely involved in this system, working hard to find better ways to promote that kind of ‘effective education’. However, my concerns with students with some sort of difficulty always inspired me, and teachers’ unawareness and inability to cope with differences always challenged me to encourage a more inclusive culture. At the same time I developed a strong sense of the need to rethink the whole system, and then I started to write manuals aimed to teachers, to help them to question old paradigms of evaluation, classification, use of tests as measurement of children’s abilities, and so on. However, ‘inclusive education’ itself wasn’t part of my concerns at those times. When the first voices talking about inclusion finally reached me, I was dominated by incredulity. It is not possible in this educational system, I thought. At that time I wasn’t aware of all the implications of doing inclusion, but I couldn’t envision such a change in the whole system, mainly in the current educational ideologies.

Reflections on inclusive education

Although my slight awareness of the implications of inclusion suggests me that it is a long and complex road to build and walk on while we build it, I am a believer. At the present time I still regard the richness of my childhood as something I owe to those ‘special people’ – pupils, parents and professionals – that I encountered.Norwich states that “We have come to the conclusion that with the current dominant conception of effectiveness, we cannot say, yes, effective schools are inclusive ones. We have shown that this is partly to do with contemporary definitions of effectiveness as non-inclusive of the full diversity” (Norwich, 1999 in p. 109) and I am seduced by the idea that contemporary paradigms urge to be instigated by new ideas and new findings, which can bring evidence of how ‘diversity’ can enhance all involved.









O texto acima foi escrito em novembro de 2006 a partir de uma proposta feita por Peter Clough no livro Theories of Inclusive Education



Digg!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Narratives and Fictions in Educational Research

Capa do livro/book cover

It was with this book that I started to dialog with Peter Clough’s writings. When I first met Melanie, it was the first name she came up with, after a terrific conversation we had. Before we left the place she asked me if had read anything or heard about Peter Clough. At that point I could not visualize what I was missing. Afterwards Melanie sent me a small piece of Narratives and Fictions, which gave me a taste of the text. I was invited by that small piece to continue my dialogue, and so I did.

Recently, I revisited the book. I am not such a furious reader that could read the entire book again in such a short period of time between the first time I’ve read and the second, but I managed to read all my highlighted paragraphs, and to rethink about most of the reflections in a new perspective.

In my first encounter with Clough’s writings I couldn’t imagine whether I would start some sort of study in this country or not, neither if those words, which touched me so deeply, would be part of my own reflections in some point. It was just a pleasant and reassuring reading - although this is something more significant than ‘just’ some kind of reading.

At the present moment, when I invited the book to dialogue again, and I decided which parts of our conversation I would like to revisit, I am reflecting about that with a different perspective. I already started my study and I am strongly committed with myself to find the best way to get the most out of it. Additionally, I am questioning my own abilities to do so, and to take advantage of my ‘weaknesses’ as a non-native speaker of the language of this study.

At the end of my second visit to this text, I feel challenged by the need to marry my own assumptions and premises, with the assumptions and advocacies presented in the book, adding something that I do not know yet exactly what it is.




Digg!

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Traduzido aqui

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Livros: novos amigos

Leituras recentes

capa do livro:Narratives and Fictions in Educational Research


Author(s): Clough, P.
Title: Narratives and Fictions in Educational Research
Copyright Year: 2002
Place of Publication: Buckingham/Philadelphia
Publisher: Open University Press




capa do livro:Theories of Inclusive Education



Author(s): Clough, P. and Corbett, J.
Title: Theories of Inclusive Education: A Student’s Guide
Copyright Year: 2000
Place of Publication: London
Publisher: Sage/Paul Chapman Publishing



capa do livro: Strategies of Qualitative Inquiry


Author: Denzin, N.K. and Lincoln, Y.S. (eds)
Year: 1998
Title: Strategies of Qualitative Inquiry
Place: Thousand Oaks/London/New Delhi
Publisher: SAGE Publications, Inc


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Livros: apego e desapego meus

Essa é uma longa história, e somado a isso, tenho uma inabilidade inata para a síntese, portanto, prevejo uma narrativa exaustiva, mas preciso verbalizar isso – em breve terei de o fazer em ingles e este terá sido um bom ensaio.

Tudo começou quando eu tinha bem menos que cinco anos de idade. Aos cinco aprendi a ler, antes de frequenter a escola, mas essa é outra história. O que quero salientar é que antes mesmo de saber ler, os livros me causavam grande admiraçao e o encanto da palavra escrita me acompanha desde que me lembro de existir. Por isso, essa história começa nessa época, pois sem esse início nada teria tido o fim que teve.



Muito depois dos meus cinco anos de idade, mais precisamente quando eu tinha onze anos um evento triste marcou um momento de mudança. Estávamos mudando de casa e, como em qualquer mudança, as caixas, pacotes e outras formas de empacotamento ganharam todos os espaços da casa, ao mesmo tempo que muitas coisas que haviam sido guardadas ganharam o status de lixo. Acho que mudança sempre tem esse lado, como se ao mudar de casa renovássemos também nossos conceitos, ou desejássemos nos desapegar de coisas antigas e começar uma nova história no novo espaço. Mas neste caso isto trouxe um resultado inusitado.



Como num filme antigo em que malas iguais causam confusao e trocas insólitas – muitas vezes cômicas – o pacote do lixo era igualzinho a um pacote que continha livros, e nem preciso caixascontra o resto. Lá se foram todos os meus livros desde os primeiros anos de escola, junto com os livros de minha mae. Aquilo doeu tanto, que a única saída possível foi o silêncio. Nao falemos mais nisso, outros livros hao de vir, e de fato vieram, e vao-se os anéis ficam os dedos e assim por diante. Acho que de alguma forma superei aquilo sem muito trabalho, sem grandes elaboraçoes. Acho que até esqueci. Esqueci até o dia que lembrei. Mas por que lembrei? Bem, esta é outra história, muito mais dolorosa e complexa, pelo menos pra mim. Vamos a ela.

capa do Livro do DesassossegoQuando deixei o Brasil, vivenciei a experiência da mudança numa escala ampliada. Selecionar o que levaria comigo, o que deixaria para quando um dia voltasse, o que daria como presente a pessoas queridas, o que usaria para capitalizar e o que seria destinado ao lixo foi um trabalho que levou um longo tempo. Há coisas que sao fáceis de decidir, outras nem tanto. Comecei pelas mais fáceis e de certo modo lógicas, capitalizei o que podia, fiz as vezes de mamae noel for a de época e dstribuí outras tantas coisas, até que cheguei no lote mais difícil: meus livros. Talvez por causa daquele silêncio sobre os livros postos no lixo por engano e pela visao desconcertante do lixo que veio em lugar dos livros, eu tinha desenvolvido um apreço ainda maior pela literatura.
Nessa época eu já tinha formado uma biblioteca pessoal relativamente respeitável, em termos de quantidade, mas além disto, eu tinha adquirido algumas obras que me eram caras, caríssimas, sem preço.
Mais uma vez comecei a difícil tarefa pela parte mais fácil, e selecionei os livros que ficariam no Brasil, aguaradando meu retorno, guardados carinhosamente por uma amiga, que na verdade é uma irma. Assim, os livros que eram queridos, mas nao me eram essenciais ficariam sob a guarda da minha amiga, lado a lado com os livros de outra irma que também tinha deixado o Brasil e feito semelhante selecao. Alguns outros livros ficariam na minha casa, casa da minha mae. Mas havia um seleto grupo de livros que eu nao queria deixar pra trás. Eram ao todo cerca de 200 livros, talvez um pouco menos. Entre eles estavam Fernando Pessoa, Rubem Alves, Saramago, Paulo Freire, dentre outros. Estavam ali livros amados por motivos diversos. Alguns por terem sido autografados por seus autores, que tinham escrito nao uma mensagem generica qualquer, mas uma mensagem pessoal para mim, porque eram autores com quem eu tinha tido algum contato, como Alicia Fernandez, – uma das autoras que mais admiro e respeito – que foi minha professora, por exemplo e cuja mensagem (no autógrafo) tinha um significado profundamente importante pra mim. Outros livros erm amados simplesmente por já andarem comigo há muitos anos e terem presenciado todas as minhas metamorfoses físicas, intelectuais e espirituais. Outros eram fonte de inspiraçao, outros eram mestres sempre presentes, outros eram amigos silenciosos que falavam comigo mesmo que eu nao abrisse suas páginas.

Por mais que eu tente detalhar a importancia que cada um daqueles quase 200 livros tiveram ao longo da minha vida, eu jamais conseguiria verbalizar em plenitude, mas quero apenas expresser ainda que minimamente a extensao do que aquele evento me causou. caixas de mudanca
Um tal volume de livros era uma bagagem pesada demais para quem iria fazer uma viagem internacional, levando já bastante bagagem. Por isso, depois de longa conversa com cada um dos meus amigos de papel, os arrumei em três caixas de modo a estarem protos para viajarem via correio assim que eu mandasse o aviso.
Embarquei no vôo que me pôs no país onde vivo hoje deixando atrás de mim meus livros, sem saber que jamais os veria novamente.
Quando chegou o momento, mandei o aviso pra casa: podem enviar meus livros!
Duas semanas se passaram depois disso e ansiedade me corroía. Todos os dias a hora da passagem do carteiro era o divisor do tempo, como se depois daquela hora o dia perdesse o sentido e eu passasse a esperar ansiosamente pelo dia seguinte. Assim passaram-se vários dias, mais uma semana, mais outra. Os correios brasleiros regstravam o envio da remessa e a entrega aos servicos do Royal Mail, portanto, meus livros estavam em terras de Sua Majestade. Mas por que demoravam tanto? Essa pergunta nao encontrava resposta. O Royal Mail nao conseguia localizar a remessa, e eu me desesperava. Agora a esperança era que as três caixas voltassem para casa, que houvesse algum erro no endereco, alguma falha na entrega, e elas tivessem retornado para o remetente.


Quando eu já nao sabia o que pensar ou o que esperar, veio o momento da verdade. Foi quando caixas poliondasvi um dos pedacos inconfundiveis de uma das caixas, tremulando na mao de um vizinho, que a utilizava para abanar o fogo da churrasqueirinha no meio do quintal, numa tarde fria e triste, que a realidade despencou sobre a minha cabeça. A casa vizinha tinha o mesmo número, diferenciado apenas por uma letra, um bendito A que o carteiro nao viu ou ignorou. Sendo aquela casa uma especie de pensao que acolhia exilados politicos, uma comunidade formada por pessoas de nacionalidades diversas, as quais nem falavam o mesmo idioma – alguns eram inimigos politicos entre si – algumas sequer falavam ingles, nao foi difícil entender que alguém tenha recebido as três caixas acreditando que pertenciam a algum dos outros moradores.
No frigir dos ovos, deixando os detalhes de lado, o fato foi que alguém recebeu as caixas, alguém descobriu que elas nao pertenciam a nenhum morador, alguém decidiu abri-las e sendo o conteúdo inútil, jogou tudo no lixo.
Sim, durante alguns dias eu devo ter passado por aquela lixeira e nao ouvi o sussurrar de Pessoa a clamar que o tirasse dali. Provavelmente passei diversas vezes ao lado da lixeira que guardava um grande pedaço da minha própria vida, sem imaginar o que meus olhos nao eram capazes de ver.



Ao dia da triste verdade, segjuiram-se muitos outros dias, quase todos tristes, melancólicos, alguns revoltados, alguns angustiados, outros desesperados, até que foram chegando os dias conformados, os dias sossegados, e finalmente os alegres.






Muitas coisas já aconteceram depois disso, depois de um longo período em que eu nao sentia vontade de ler, nao queria mais comprar nenhum livro novo, depois de ir ao Brasil e trazer alguns dos livros que tinham sido guardados para a segunda remessa, depois de ganhar de pessoas amadas novas ediçoes de alguns dos livros perdidos, tive o grande privilégio de estar em Fortaleza ao mesmo tempo que Alicia. Falamos sobre perdas, extravios, reencontros. Ela autografou um livro que eu havia acabado de adquirir, e presenteou-me com outro, que além de ser obviamente de sua autoria era um exemplar de seu uso particular, com sublinhados, notas, suas marcas, sua presença. Foi um gesto cheio de significado.



Hoje já nao sofro aquela perda com a mesma intensidade de outrora. Aprendi que os objetos de papel e tinta se foram, mas que o essencial que eles me deram continuam bem dentro de mim. No princípio, eu rejeitava qualquer idéia de repor os livros perdidos, mas hoje tenho planos para algumas reposiçoes especiais, como por exemplo, todos os Pessoas terao de ser substituídos por versoes lusitanas, preferencialmente adquiridas em sebos de Lisboa. Nada de ediçoes brasileiras, nem ediçoes novas. Os da Alicia já foram repostos em grande estilo. Alguns jamais serao substituídos, e nem carecem de o ser. Estes permanecem guardados em mim, porém deixam fisicamente o espaço livre para as novas aquisiçoes, que já se iniciaram há algum tempo.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Passagem de cometa...

Alguns de voces que passam por aqui sabem por onde andei nesses ultimos dias. Hoje estou de passagem so pra dizer que estou de volta, estou bem, estamos bem!! Em breve trarei novidades para o blog...e pelo visto o proximo post vai ser sobre os meus livros...ai ai ai...vamos ver o que sai.



P.S.: Perdoem-me a falta de acentos

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Clique pra ver que horas sao agora em outras partes do mundo

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Ajude-me a decidir!

Estou com alguns temas em mente para escrever, mas estou na dúvida por qual começar. Alguém quer dar uma ajudinha? Você nem precisa se identificar, nem ser assinante do blogger. Basta querer contribuir, votar nessa caixinha alaranjada no final do blog* e pronto!

Desde já agradeço a quem der essa ajuda.

* O script foi retirado do blog ao terminar a votacao.

sábado, 13 de janeiro de 2007

A passagem das horas e os meus pensamentos

Foto do parqueDurante algum tempo vivi apenas o papel de mãe e o de esposa, dedicada em tempo integral aos afazeres de casa e a uma ou outra atividade, como pintar, escrever, criar coisas com tecidos - como minhas próprias bolsas - e algumas vezes a este blog e a outras atividades amenas.

Dedicar-me integralmente ao papel de mãe foi provavelmente uma das mais gratificantes escolhas que já fiz na vida. Meu filho é uma pessoa adorável e nesse tempo aprendi muito com ele, com nossa convivência familiar, com nossa vida nessa terra fria. Vendo meu filho crescer e ganhar a cada dia um pouco mais de independência, e ver seu próprio encanto com as novas possibilidades, suas tentativas diárias de avançar nos próprios limites e ir além do que foi no dia anterior, tem me feito muito bem.

Em meados do ano passado tive meu projeto de doutorado aceito por uma universidade altamente bem reputada no campo da pesquisa e, desde então, iniciei a vivência de um papel relativamente inédito. Muito embora eu tenha um passado acadêmico que me traz satisfação, não tenho em meu passado a experiência de me dedicar exclusivamente aos estudos. Desde que passei da fase da adolescência, estudar e trabalhar ao mesmo tempo sempre foi minha realidade. Essa experiência rendeu-me muita aprendizagem e um senso de responsabilidade muito forte. Por outro lado, as limitações de tempo marcaram cada fase da minha vida com uma sensação constante de não ter lido tudo, de não ter escrito como queria, de não ter parado para refletir longamente sobre certos assuntos. A pressa cotidiana me ensinou a absorver tudo de forma rápida e prática, e aliar eficiência a otimização do tempo.

Os tempos agora mudaram, a realidade recente novamente me surpreende com mudanças Meu cantinho na universidadegigantescas para as quais nem sempre sei se estou preparada. Ao mesmo tempo que entro numa fase nova com meu filho, compartilhando seus momentos de independência, suas primeiras aventuras fora de casa, longe dos olhos do papá e da mamá, preparo-me para receber minha primeira filha, para começar tudo de novo. Paralelo a isto vou experimentar o exercício dos papéis múltiplos e a escolha consciente de abrir mão daquele tempo precioso dedicado exclusivamente a esta pequenina que ora chega.

Sentada ontem em meu pequeno e aconchegante cantinho na universidade, pensando nessas coisas enquanto me preparava para uma reunião, pensando novamente depois, e mais uma vez quando estava a caminho de casa, cheguei a uma conclusão revigorante: o tempo é este. Minha hora é agora! Agarro a bênção com as duas mãos e sigo feliz da vida, apesar dos medos e das incertezas, sempre presentes em tudo que faço.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Pensamentos temporais

foto: coisinhas da minha mesa
foto: meu computador
Meu nome na mesaContinuo refletindo e conjugando os diversos tempos dos meus verbos.

As palavras caminham ao meu encontro, mas ainda se retratam em imagens antigas e novas.


Volto logo a verbalizar.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Conjugações temporais: passado, presente e futuro

Photobucket - Video and Image HostingPassado? Princípio. Ponto de partida! Isso mesmo, o ponto de partida para essa conjugação estava em outros tempos, nos quais habitavam o sonho de menina, encantada com o mais recente presente que recebera de seu pai, uma Olivetti Lettera 82, se não me falha a memória – alguém em minha casa pode conferir, já que essa preciosidade certa vez resistiu bravamente ao fogo e hoje resiste ao tempo.

Como eu dizia, o ponto de partida foi ali, diante do verde daquela máquina de escrever e das folhas brancas, as quais aos poucos iam ficando povoadas com minhas vidas imaginárias. Mas não me atrevo a narrar detalhadamente o compasso dos eventos no tempo e no espaço, ou ficaria aqui escrevendo indefinidamente, num tempo sem conta e sem fim. Atravesso diversas eras da minha própria existência para chegar em muitos anos depois da verde Olivetti, num tempo em que o Atlântico passou a me desafiar com um canto semelhante ao das sereias, acenando com uma ponte encantada que me ajudaria a alcançar ao mesmo tempo a menina da máquina datilográfica e uma velha senhora que povoava o branco novo de uma janela eletrônica que havia substituído o presente dado por meu pai. O oceano me inspirava e chamava, até que tomei coragem e o atravessei.
Quem me conhece sabe bem de todos os riscos que corri, os medos que enfrentei e, principalmente, do tamanho do sonho que me movia. Retornava para a terra de meus antepassados para reescrever minha própria história.

Pisei terra firme e estava com tudo pronto para iniciar minha empreitada mais ousada, quando o vento suave e doce do amor mudou o tom da melodia que eu ouvia. O canto da sereia fazia-me voltar os olhos mais uma vez para o oceano e para mais uma viagem. Assim, depois de diversas idas e vindas, diversos vôos sobre o Atlântico, lutas contra burocracias e outras coisas arcaicas, depois de retornar ao ninho por um tempo, depois de ser aceita em um novo ninho bem longe de casa, depois de muita água passar por baixo da ponte encantada, finalmente vim parar onde jamais planejei ou sonhei viver. Deixei para trás a maior conquista acadêmica que tinha sido capaz de fazer até então. Abria mão do sonho da menina da máquina pelo menos por um tempo. Tempo indefinido, insondável, imprevisível. Mas o caso é que a menina tinha sonhos que iam além das letrinhas pretas e vermelhas que sua datilografia revelava. Ela sonhava não com amores, não com um amor, mas com O Amor.

Em terra estranha, vida nova e tempos de dificuldades inimagináveis. Tempo de longa espera. Muitas esperas. Tempo de aprender sobre paciência, sobre tempo livre, sobre nada para fazer, sobre saudades, sobre pertencer a algum lugar, sobre pertencer a lugar algum…

Mas eis que chegou o tempo certo. Sim, pois há um tempo certo para todas as coisas! Eu havia deixado uma ponte encantada e intocada em Portugal que andava comigo, iluminando meus olhos e meu olhar sobre o mundo. Agora o encanto da Ponte transmutou-se e permitiu-me ousar vestir a roupa encantada da menina da máquina verde e sair para ir contar para os súditos de Sua Majestade que eu tinha um sonho, uma idéia, um plano, um projeto!

Hoje a menina da máquina é uma das mais recentes pesquisadoras de uma excelente universidade, dando seus primeiros passos na caminhada para seu PhD. A Olivetti verde ficou no Brasil, esperando fielmente meu retorno, mas enquanto isso me sinto satisfeita e presenteada, de fato abençoada ao usar os recursos que a Universidade proporciona, certa de que a menina escritora e a velha dos escritos estão agora mesmo sentadas aqui comigo contando essa história, cheias de orgulho e esperanças, e dançam ao som não do canto da sereia, mas de uma linda canção de amor. Amor que agora comporta quatro vidas partilhadas. Mas isso já não faz parte do passado, e sim do presente que me presenteia e do futuro que me acena animador. Histórias que guardo para próximos encontros.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Em tempo: Motivos

Passado: Projeto aceito
Presente: Sempre um presente
Futuro: Preparativos para o dia que se aproxima

capa da agendaFoto do filhoteRoupa da filhota

As imagens revelam alguns dos motivos que me mantiveram distante do Blog. Conto mais depois...

O RETORNO VEM A CAMINHO

Este Blog encontra-se em fase de preparacao para voltar a ativa.

P.S.: Lamento a falta de acentuacao, mas sera temporaria.